Sábado à tarde |
Ano Bíblico: Mc 4–6
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VERSO PARA MEMORIZAR: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim” (Gl 2:20, RC)
Leituras da semana: Gl 2:15-21; Ef 2:12; Fp 3:9; Rm 3:8, 10-20; Gn 15:5, 6;
Como vimos na semana passada, Paulo confrontou Pedro publicamente em Antioquia, pela falta de coerência entre a fé que ele defendia e o comportamento que ele apresentava. Na melhor das hipóteses, a decisão de Pedro de não mais comer com antigos pagãos sugeria que eles eram cristãos de segunda categoria. As ações de Pedro davam a entender que, se eles realmente quisessem fazer parte da família de Deus e desfrutar as bênçãos da completa mesa da comunhão, deviam primeiro se submeter ao rito da circuncisão.
O que Paulo realmente disse a Pedro naquela ocasião tensa? Na lição desta semana, estudaremos o que é provavelmente um resumo do que se passou. Essa passagem contém algumas das expressões mais concentradas no Novo Testamento, o que é extremamente importante porque, pela primeira vez, são apresentadas várias palavras e frases fundamentais, tanto para a compreensão do evangelho quanto do restante da carta de Paulo aos gálatas. Essas palavras-chave incluem justificação, justiça, obras da lei, crença e não apenas fé, mas a fé de Jesus.
O que Paulo quis dizer com esses termos, e o que eles nos ensinam sobre o plano da salvação?
Domingo |
Ano Bíblico: Mc 7–9
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A questão da “justificação”
1. Em Gálatas 2:15 Paulo escreveu: “Nós, judeus de nascimento e não ‘gentios pecadores’” (NVI). O que ele quis dizer?
As palavras de Paulo devem ser entendidas no seu contexto. Na tentativa de conquistar os judeus cristãos para seu lado, Paulo começou com um raciocínio que eles aceitariam, a tradicional distinção entre judeus e gentios. Os judeus eram os eleitos de Deus, aos quais foi confiada Sua lei, e desfrutavam os benefícios da relação de aliança com Ele. Os gentios, no entanto, eram pecadores. A lei de Deus não restringia seu comportamento, e eles estavam fora das alianças da promessa (Ef 2:12; Rm 2:14). Embora os gentios obviamente fossem “pecadores”, no verso 16 Paulo advertiu os cristãos judeus de que seus privilégios espirituais não os tornavam mais aceitáveis a Deus, porque ninguém é justificado pelas “obras da lei”.
2. Paulo usou a palavra justificado quatro vezes em Gálatas 2:16, 17. O que ele queria dizer por “justificação”? Êx 23:7; Dt 25:1
O verbo justificar é um termo-chave para Paulo. Das trinta e nove vezes que ele ocorre no Novo Testamento, 27 estão nas cartas de Paulo. Ele o usa oito vezes em Gálatas, incluindo quatro referências em Gálatas 2:16, 17. Justificação é um termo legal, usado nos tribunais. Está relacionado com o veredito que um juiz pronuncia quando uma pessoa é declarada inocente das acusações apresentadas contra ela. É o oposto de condenação. Além disso, visto que as palavras justo e reto vêm da mesma palavra grega, o fato de uma pessoa “ser justificada” significa que ela também é considerada “reta”. Assim, justificação envolve mais do que simplesmente absolvição ou perdão. É uma declaração afirmativa de que a pessoa é justa.
Para alguns dos cristãos judeus, no entanto, justificação era também relacional. Ela envolvia seu relacionamento com Deus e Sua aliança. Ser “justificado” também significava que a pessoa era considerada fiel membro da comunidade da aliança divina, a família de Abraão.
Leia Gálatas 2:15-17. O que Paulo diz ali? Como você pode aplicar essas palavras à sua própria experiência cristã?
Segunda |
Ano Bíblico: Mc 10–12
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Obras da lei
3. Paulo disse três vezes em Gálatas 2:16 que uma pessoa não é justificada por “obras da lei”. O que ele quis dizer com a expressão “obras da lei”? O que os seguintes textos revelam sobre essa questão? Gl 2:16, 17; 3:2, 5, 10; Rm 3:20, 28
Antes de entender a expressão “as obras da lei”, precisamos entender o que Paulo quis dizer com a palavra lei. A palavra lei (nomos, em grego) é encontrada 121 vezes nas cartas de Paulo. Ela pode se referir a uma série de coisas diferentes, incluindo a vontade de Deus para Seu povo, os primeiros cinco livros de Moisés, todo o Antigo Testamento, ou apenas um princípio geral. No entanto, a principal forma pela qual Paulo usa a palavra se refere a toda a coleção dos mandamentos de Deus dada ao Seu povo através de Moisés.
A expressão “as obras da lei” provavelmente envolva, portanto, todos os requisitos encontrados nos mandamentos dados por Deus por intermédio de Moisés, sejam morais ou cerimoniais. O raciocínio de Paulo é que não importa o quanto nos esforcemos para seguir e obedecer à lei de Deus, nossa obediência nunca será suficientemente boa para que Deus nos justifique, para que nos declare justos diante dEle. Isso porque Sua lei exige absoluta fidelidade de pensamento e ação, não apenas por algum tempo, mas o tempo todo, e não apenas para alguns de Seus mandamentos, mas para todos eles.
Embora a expressão “obras da lei” não ocorra no Antigo Testamento e não seja encontrada no Novo Testamento, exceto nos escritos de Paulo, uma impressionante confirmação de seu significado surgiu em 1947, com a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, uma coleção de textos copiados por um grupo de judeus, chamados essênios, que viveram na época de Jesus. Embora escritos em hebraico, um dos manuscritos contém essa mesma expressão. O título do manuscrito é Miqsat Ma’as Ha-Torah, que pode ser traduzido como “Importantes obras da lei”. O documento descreve uma série de questões baseadas na lei bíblica a respeito de prevenir a contaminação das coisas santas, incluindo algumas que designavam os judeus como distintos dos gentios. No fim, o autor escreveu o seguinte: se essas “obras da lei” forem seguidas, “você será considerado justo” diante de Deus. Ao contrário de Paulo, o autor não oferece ao leitor a justiça com base na fé, mas com base no comportamento.
Você guarda a lei de Deus de maneira satisfatória? Você realmente sente que a obedece tão bem que pode ser justificado diante de Deus com base na guarda da lei? (Rm 3:10-20). Se não, por que não? Como sua resposta ajuda a compreender o conceito de Paulo sobre o tema?
Terça |
Ano Bíblico: Mc 13, 14
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A base da nossa justificação
Não devemos supor que os judeus cristãos estivessem sugerindo que a fé em Cristo não era importante; afinal, todos eles tinham fé em Jesus e acreditavam nEle. Seu comportamento mostrava, contudo, que eles percebiam que a fé não era suficiente por si só; ela devia ser complementada com a obediência, como se a obediência acrescentasse algo ao ato da justificação em si. No raciocínio deles, justificação era tanto pela fé quanto pelas obras. A maneira pela qual Paulo repetidamente contrasta fé em Cristo com obras da lei indica sua forte oposição a esse tipo de abordagem que incluía “ambos” os aspectos. Fé, somente a fé, é a base da justificação.
Para Paulo, igualmente, a fé não era apenas um conceito abstrato; ela estava inseparavelmente ligada a Jesus. Na verdade, a expressão traduzida duas vezes como “fé em Cristo” em Gálatas 2:16 é muito mais significativa do que qualquer tradução pode realmente abranger. A expressão em grego é traduzida literalmente como “a fé” ou “fidelidade” de Jesus. Essa tradução literal revela o forte contraste que Paulo estabeleceu entre as obras da lei que nós fazemos e a obra de Cristo realizada em nosso favor, a obra que Ele, através de Sua fidelidade (por isso, a “fidelidade de Jesus”), tem feito por nós.
É importante lembrar que a fé nada acrescenta à justificação, como se fosse meritória em si mesma. A fé é, em vez disso, o meio pelo qual nos apegamos a Cristo e Sua obra em nosso favor. Não somos justificados com base em nossa fé, mas com base na fidelidade de Cristo por nós, que reivindicamos para nós através da fé.
Cristo fez o que todos deixaram de fazer: só Ele foi fiel a Deus em tudo que fez. Nossa esperança está na fidelidade de Cristo, não na nossa. Como um autor afirma, “Nós cremos em Cristo, e não que possamos ser justificados por essa crença, mas que podemos ser justificados por Sua fé (fidelidade) em Deus” (John McRay, Paul: His Life and Teaching [Paulo: Sua Vida e Ensino], Grand Rapids, Mich.: Baker Academic, 2003, p. 355).
Uma primitiva tradução siríaca de Gálatas 2:16 comunica bem o pensamento de Paulo: “Portanto, sabemos que um homem não é justificado a partir das obras da lei, mas pela fé de Jesus, o Messias, e nós cremos nEle, em Jesus, o Messias, que por causa de Sua fé, a fé do Messias, podemos ser justificados, e não pelas obras da lei”.
4. Qual é a única base para nossa salvação? Rm 3:22, 26; Gl 3:22; Ef 3:12; Fp 3:9
A) Nossa obediência à lei e o sacrifício de Cristo.
B) Nossa obediência e a obediência de Cristo.
C) A fidelidade de Cristo por nós e Sua perfeita obediência, aceitas pela fé.
Entender esse assunto causa alguma surpresa a você? Você sente alegria ou decepção?
Quarta |
Ano Bíblico: Mc 15, 16
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A obediência da fé
Paulo deixa claro que a fé é absolutamente fundamental para a vida cristã. É o meio pelo qual lançamos mão das promessas que temos em Cristo. Mas o que é a fé, exatamente? O que ela envolve?
5. Qual é a origem da fé? Gn 15:5, 6; Jo 3:14-16; 2Co 5:14, 15; Gl 5:6
A genuína fé bíblica é sempre uma resposta ao Senhor. A fé não é algum tipo de sentimento ou atitude que a pessoa decide tomar, em algum momento, porque Deus exige. Ao contrário, a verdadeira fé se origina em um coração tocado por um sentimento de gratidão e amor pela bondade de Deus. Por isso, quando a Bíblia fala sobre fé, essa fé sempre provém de iniciativas que Deus tem tomado. No caso de Abraão, por exemplo, a fé foi sua resposta às promessas incríveis que Deus tinha feito a ele (Gn 15:5, 6). Já no Novo Testamento, Paulo disse que, em última análise, a fé está enraizada na nossa percepção do que Cristo fez por nós na cruz.
6. Se a fé é uma resposta ao Senhor, o que essa resposta deve incluir? O que podemos entender sobre a natureza da fé? Jo 8:32, 36; At 10:43; Rm 1:5, 8; 6:17; Hb 11:6; Tg 2:19
Muitas pessoas definem fé como “crença”. Essa definição é problemática, pois em grego a palavra para “fé” é simplesmente a forma substantivada do verbo “crer”. Usar uma forma para definir a outra é como dizer que “fé é ter fé”. Isso não nos diz nada.
Um exame cuidadoso das Escrituras revela que a fé envolve não só o conhecimento sobre Deus, mas um consentimento mental ou aceitação desse conhecimento. Essa é uma razão pela qual é tão importante ter uma imagem correta de Deus. Ideias distorcidas sobre o caráter de Deus, na verdade podem tornar mais difícil o exercício da fé. Mas uma aceitação intelectual do evangelho não é suficiente, pois, nesse sentido, “até os demônios creem” (Tg 2:19). A verdadeira fé também afeta o modo de vida de alguém. Em Romanos 1:5, Paulo escreveu sobre a “obediência que vem pela fé”. Paulo não disse que a obediência é o mesmo que fé. Ele quis dizer que a verdadeira fé afeta o conjunto da vida de uma pessoa, não apenas a mente. Ela envolve compromisso com nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e não apenas uma lista de regras. A fé abrange o que fazemos, nossa maneira de viver, em quem confiamos e também aquilo em que acreditamos.
Quinta |
Ano Bíblico: Lc 1, 2
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A fé promove o pecado?
Uma das principais acusações contra Paulo era a de que seu evangelho da justificação pela fé apenas encorajava as pessoas ao pecado (Rm 3:8, 6:1). Sem dúvida, os acusadores argumentavam que, se as pessoas não têm que cumprir a lei para ser aceitas por Deus, por que devem se preocupar com sua maneira de viver?
7. Como Paulo respondeu à acusação de que a doutrina da justificação pela fé apenas encoraja o comportamento pecaminoso? Gl 2:17, 18
Paulo respondeu às acusações de seus adversários nos termos mais fortes possíveis: “De maneira nenhuma!” (RC). Embora seja possível que uma pessoa caia em pecado após ir a Cristo, a responsabilidade certamente não seria de Cristo. Se transgredimos a lei, nós mesmos somos os transgressores.
8. Como Paulo descreveu sua união com Jesus Cristo? Como essa descrição refuta as objeções levantadas por seus adversários? Gl 2:19-21
Paulo considerou o raciocínio de seus opositores simplesmente absurdo. Aceitar Cristo pela fé não é algo trivial, não é um jogo de faz de conta celestial, em que Deus considera a pessoa como justa enquanto não há mudança real nenhuma na sua maneira de viver. Ao contrário, aceitar Cristo pela fé é extremamente radical. Envolve uma completa união com Cristo, uma união em Sua morte e ressurreição. Espiritualmente falando, Paulo disse que somos crucificados com Cristo, e morrem nossos velhos caminhos pecaminosos, enraizados no egoísmo (Rm 6:5-14). Fizemos uma ruptura radical com o passado. Todas as coisas são novas (2Co 5:17). Também fomos ressuscitados para uma vida nova em Cristo. O Cristo ressuscitado vive dentro de nós, nos tornando diariamente mais e mais semelhantes a Ele mesmo. Portanto, a fé em Cristo não é um pretexto para o pecado, mas um chamado para um relacionamento com Cristo, mais profundo e mais rico do que jamais poderia ser encontrado numa religião fundamentada na lei.
Como você se relaciona com o conceito de salvação somente pela fé, sem as obras da lei? Você tem medo, pensando que isso pode ser uma desculpa para o pecado, ou você se alegra nele? O que sua resposta diz sobre sua compreensão da salvação?
Sexta |
Ano Bíblico: Lc 3–5
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Estudo adicional
Reiteradas vezes tem sido apresentado a mim o perigo de, como um povo, nutrir falsas ideias da justificação pela fé. Durante anos tem sido mostrado a mim que Satanás trabalharia de maneira especial para confundir a mente quanto a esse ponto. A lei de Deus tem sido considerada longamente. Ela tem sido apresentada às congregações de modo quase tão destituído do conhecimento de Jesus Cristo e de Sua relação para com a lei como ocorreu com a oferta de Caim. Foi-me mostrado que muitos se conservam longe da fé devido às ideias embaralhadas e confusas acerca da salvação, e porque os pastores têm trabalhado de maneira errônea para alcançar os corações. O ponto que durante anos tem sido recomendado com insistência à minha mente é a justiça imputada de Cristo...
“Não há um ponto que necessite ser realçado com mais diligência, repetido com mais frequência ou estabelecido com mais firmeza na mente de todos, do que a impossibilidade de o homem caído merecer alguma coisa por suas próprias e melhores boas obras. A salvação é unicamente pela fé em Jesus Cristo” (Ellen G. White, Fé e Obras, p. 18, 19).
“A lei requer justiça, e esta o pecador deve à lei; mas ele é incapaz de a apresentar. A única maneira em que pode alcançar a justiça é pela fé. Pela fé ele pode apresentar a Deus os méritos de Cristo, e o Senhor lança a obediência de Seu Filho a crédito do pecador. A justiça de Cristo é aceita em lugar do fracasso do homem, e Deus recebe, perdoa, justifica a pessoa arrependida e crente, trata-a como se fosse justa, e a ama como ama Seu Filho” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas , v. 1, p. 367).
Perguntas para reflexão
1. Na primeira passagem citada acima, Ellen G. White diz que nenhum assunto precisa ser mais enfatizado do que a justificação pela fé. Esses comentários são tão aplicáveis para nós hoje como foram quando ela os escreveu, há mais de cem anos? Por quê?
2. Por que Paulo disse que Cristo teria morrido sem nenhum propósito, se a justificação fosse através da lei? O que ele quis dizer com isso? Gl 2:21
Resumo: O comportamento de Pedro em Antioquia sugeriu que os ex-pagãos não podiam ser verdadeiros cristãos, a menos que fossem circuncidados. Paulo salientou o engano de tal pensamento. Deus não pode declarar justa nenhuma pessoa com base em seu comportamento, pois nem mesmo os melhores seres humanos são perfeitos. Somente aceitando o que Deus fez por nós em Cristo, os pecadores podem ser justificados diante dEle.
Respostas sugestivas: verificar na página 187.
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Como posso ter certeza de que a Bíblia foi realmente inspirada por Deus? É assim que muitos se eximem da responsabilidade de nortear suas vidas à luz das Sagradas Escrituras.