sábado, 31 de janeiro de 2009

2- OS 4 ANIMAIS DA PROFECIA

1.2 - DA BABILÔNIA AO TRIBUNAL DIVINO.
1.2.1 - INTRODUÇÃO.
Daniel capítulo 7 contém uma impressionante profecia relativa à História do mundo e será de inestimável valor entendê-la melhor. Uma análise cuidadosa do sonho do rei Nabucodonosor registrado em Daniel 2 seria de grande auxílio no exame dessa profecia, visto ser Daniel 7 uma ampliação daquele capítulo, tratando basicamente do mesmo período histórico, porém com uma abundância maior de informações. Por isso, aconselhamos o leitor a consultar a primeira lição desta série para um melhor aproveitamento do presente estudo.
Como ponto de partida em nossa análise, vejamos a seqüência dos poderios mundiais apresentada em Daniel 2:
Império
Período
Babilônia
605 AC - 539 AC
Medo-Pérsia
539 AC - 331 AC
Grécia
331 AC -168 AC
Império Romano
168 AC - 476 AD
Europa Dividida
476 AD - ........
Tendo isso em mente, deixemos que Daniel dê início à sua narrativa e, à medida em que for apresentando detalhes importantes, tentemos, juntos, localizar os fatos históricos indicados: "No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel um sonho, e visões ante seus olhos, quando estava no seu leito; escreveu logo o sonho e relatou a suma de todas as coisas." Daniel 7:1. Observe, prezado leitor, que Daniel recebeu essa revelação no reinado do último dos governantes da Caldéia, Belsazar, que era co-regente do Império com seu pai, Nabonido. Isso faz da profecia algo realmente extraordinário, pois ela já descrevia com séculos de antecedência toda a História Mundial.
"Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o Grande Mar. Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar." Daniel 7:2 e 3. Para alcançarmos o devido entendimento desses misteriosos símbolos, seria interessante recorrermos a outras porções do Livro Sagrado. Leiamos o seguinte trecho do livro de Jeremias: "Trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro ângulos do céu, e os espalharei na direção de todos estes ventos; e não haverá país aonde não venham os fugitivos de Elão. Farei tremer a Elão diante de seus inimigos e diante dos que procuram a sua morte; farei vir sobre os elamitas o mal, o brasume da Minha ira, diz o Senhor; e enviarei após eles a espada, até que venha a consumi-los." Jeremias 49:36 e 37. Não nos interessa, por agora, conhecer maiores detalhes sobre Elão. O que se deve notar é a aplicação feita pelo profeta em relação aos quatro ventos. Do texto transcrito, infere-se que ventos representam guerras, comoções políticas, desordens entre as nações. Mas, e quanto ao Grande Mar? Qual o seu significado? A referência aqui não é ao Mar Mediterrâneo, visto se tratar de uma profecia altamente simbólica. Uma interpretação autorizada desse símbolo pode ser encontrada em Apocalipse 17:15: "Falou-me ainda: As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são povos, multidões, nações e línguas." Por essa citação, fica evidente que as águas são empregadas na Bíblia como um símbolo das nações. Mas, e o que dizer dos quatro animais? São de fácil interpretação, pois um anjo explicou o sentido desse símbolo para o próprio Daniel: "Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra." Daniel 7:17. Note, contudo, caro leitor, que não são apenas reis, mas sim reinos, pois em Daniel 7:23 encontramos o seguinte: "Então ele disse: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços." Ora, se o quarto animal será um quarto reino na terra, logicamente, o terceiro animal será um terceiro reino na terra; o segundo animal, um seguno reino; e o primeiro animal, um primeiro reino. Em suma, em textos proféticos, animais representam reinos, países, poderios. Após essa análise, você já está apto para decodificar o restante do capítulo. Ele está tratando de quatro grandes impérios
que haveriam de emergir dentre os povos quando esses lutassem entre si.

1.2.2 - PRIMEIRO ANIMAL - BABILÔNIA.
"O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, foi levantado da terra, e posto em dois pés como homem; e lhe foi dada mente de homem." Daniel 7:4.
Esse primeiro animal equivale à cabeça de ouro da imagem de Daniel 2 e representa, logicamente, o Império Babilônico. O profeta Jeremias usa a mesma figura de um leão para descrever a investida do Império do Eufrates: "Já um leão subiu da sua ramada, um destruidor das nações; ele já partiu, já deixou o seu lugar para fazer da tua terra uma desolação, a fim de que as tuas cidades sejam destruídas, e ninguém as habite." Jeremias 4:7. As asas parecem indicar a velocidade das conquistas babilônicas: "Eis aí que sobe o destruidor como nuvens; os seus carros como tempestade; os seus cavalos são mais ligeiros do que as águias. Ai de nós! Estamos arruinados!" Jeremias 4:13. "Pois eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcha pela largura da terra, para apoderar-se de moradas não suas. Ela é pavorosa e terrível, cria ela mesma o seu direito e a sua dignidade. Os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, mais ferozes do que os lobos ao anoitecer são os seus cavaleiros que se espalham por toda terra; sim, os seus cavaleiros chegam de longe, voam como águia que se precipita a devorar." Habacuque 1:6-8. Quanto ao significado preciso do arrancar das asas, do ser levantado da terra, do ser posto sobre dois pés e do ser-lhe dada mente de homem, há bastante discussão entre os expositores. Não há certeza sobre o assunto, mas a menção de ser o animal posto como homem e de lhe ser dada mente humana parece encontrar eco noutras declarações de Daniel e Apocalipse. O pano de fundo desses dois livros proféticos é a rebelião do homem contra Seu Criador e sua tentativa de gerenciar a História. Ver exemplo disso em Daniel 4. Voltando ao Império Babilônico, é bom destacar que ele foi um poderosíssimo reino que dominou toda a Mesopotâmia, bem como a Síria, a Fenícia e o reino de Judá. Foi próspero durante o governo de Nabucodonosor, mas declinou sob o comando dos seus sucessores até cair nas mãos de Ciro, em 539 A.C..

1.2.3 - SEGUNDO ANIMAL - PÉRSIA.


"Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual levantou sobre um dos seus lados; na boca, entre os dentes, trazia três costelas; e lhe diziam: Levanta-te, devora muita carne."Daniel 7:5.
O segundo animal equivale aos peitos e braços de prata da imagem de Daniel 2 e representa o poder que sucedeu a Babilônia, a saber, a Medo-Pérsia. O trecho a seguir revela a maneira pela qual as especificações proféticas desses símbolos foram cumpridas: Ciro pertencia ao clã dos Aquemênidas, fundadores da cidade de Pasárgada, tornada capital do Reino. Em seu governo, as tribos persas foram unificadas e Ecbátana, a capital dos medos, conquistada. Após a conquista da Média, Ciro invadiu a Ásia Menor, onde tomou Sardes, capital do Reino da Lídia, e, ao mesmo tempo, anexou as colônias gregas daquela região. Em 539 A.C., a Babilônia foi conquistada, após a derrota de Nabonide. Com a anexação da Fenícia, da Síria e da Palestina, "Ciro tornou-se o maior soberano do Oriente Próximo: seu Império abrangia desde a Ásia Menor até as fronteiras da Índia, e a hegemonia persa se impôs sobre essa imensa região. Foi sucedido pelo filho Cambises, que, atendendo aos interesses expansionistas da aristocracia dominante, empreendeu a conquista do Egito, derrotando o Faraó Psamético III na batalha de Pelusa, em 525 A.C.". (AQUINO, DENIZE e OSCAR, História das Sociedades – Das Comunidades Primitivas às Sociedades Medievais, págs. 142 e 143). Observe, caro leitor, que o urso trazia em sua boca três costelas, que têm sido interpretadas como uma referência às três primeiras conquistas dos persas: Lídia, Babilônia e Egito. Além disso, consta que o urso se apoiava sobre um de seus lados, indicando com isso a supremacia política dos persas sobre os medos.

1.2.4 - TERCEIRO ANIMAL - GRÉCIA.

"Depois disto, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio." Daniel 7:6.
Esse terceiro animal, semelhante a leopardo, equivale à parte de bronze da estátua do sonho de Nabucodonosor e representa o Império Macedônico. As quatro asas parecem indicar as rápidas conquistas de Alexandre, o Grande. As quatro cabeças representam claramente os quatro reinos que surgiram da fragmentação daquele poderoso Império (Daniel 8:20-22; 11:3 e 4). "A expansão macedônica em direção à Ásia, iniciada na época de Filipe II, prosseguiu com Alexandre. Em 334 A.C., na batalha de Grânico, na Ásia Menor, foram derrotados os persas. Conquistadas as cidades gregas do litoral, até então submetidas ao domínio persa, o exército de Alexandre venceu novamente os persas, na batalha de Isso (333 A.C.), dominando a Fenícia e a Palestina. No Egito, Alexandre, proclamado ‘Filho de Amom’ pelos sacerdotes, empreendeu a fundação da cidade de Alexandria, no delta do rio Nilo, que logo se projetaria como centro comercial e cultural. Na batalha de Arbelas ou Gaugamelas (331 A.C.), os persas de Dario III foram derrotados e conquistadas as capitais do Império Aquemênida. As maiores resistências à dominação macedônica foram encontradas na região oriental do Império. Vencendo essas resistências, os macedônios, em 323 A.C. já haviam dominado todo o resto do Império Aquemênida, até a fronteira noroeste da Índia. Após a morte de Alexandre (323 A.C.) começou no vasto Império a disputa pela sucessão. Os mais importantes generais de Alexandre travaram entre si a luta pelo poder, abalando a aparente unificação política do Império, que, afinal, revelou-se frágil. As diferenças étnicas, ligüísticas e culturais, e os interesses das classes dominantes provinciais mostraram-se mais fortes do que a unidade promovida por Alexandre, mergulhando o Império na Anarquia. Após a batalha de Ipso (301 A.C.), os generais estabeleceram a divisão do Império" (AQUINO, DENIZE e OSCAR, op. cit., págs. 217 e 218). Os generais que repartiram entre si o Império Grego, chamados de diádocos, foram os seguintes: Cassandro, Lisímaco, Ptolomeu e Seleuco. As divisões criadas por eles eram conhecidas pelo nome de reinos helenísticos e algumas delas existiram, como unidades independentes, até ao tempo da invasão romana.

1.2.5 - QUARTO ANIMAL - IMPÉRIO ROMANO.
"Depois disto, eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres." Daniel 7:7.
Do terceiro animal é dito que foi-lhe dado domínio, o que nos ajuda a estabelecer o paralelismo com os quadris e as coxas de bronze, pois o mesmo nos é informado com respeito a essa parte da estátua (Daniel 2:39). No que tange ao quarto animal, também há uma informação dessa natureza. Note que a quarta parte da imagem era de ferro, elemento que surge novamente no capítulo 7 ao descrever Daniel os dentes do animal terrível e espantoso. A correlação entre os capítulos e a ordem no surgimento dos Impérios não nos permite dúvida: eis aqui um símbolo de Roma Pagã. Ver Daniel 7:23. O Império Romano dominou o cenário político durante seis longos séculos e conseguiu influenciar de tal maneira a vida dos diversos povos que viviam dentro de seus limites, que até hoje se faz referência aos costumes romanos como a base da cultura ocidental.

1.2.6 - OS 10 CHIFRES DO QUARTO ANIMAL - EUROPA DIVIDIDA.
Quanto aos chifres que havia sobre o quarto animal, eis a explicação dada pelo anjo ao profeta Daniel: "Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele reino." Daniel 7:24. Ao norte da Europa, existiam certas tribos que almejavam adentrar as fronteiras do Império Romano. Com o enfraquecimento econômico do Império, devido à crise do escravismo, essas tribos começaram a migrar para o sul. Em 476 A.D., com a deposição do último imperador romano, esses povos já dominavam o cenário político europeu. Os povos bárbaros que se fixaram no território do extinto Império do Tibre e os nomes pelos quais são conhecidos atualmente estão relacionados a seguir:
Povos Bárbaros
Nomes Atuais
Anglo-Saxões
Ingleses
Alamanos
Alemães
Francos
Franceses
Burgúndios
Suíços
Lombardos
Italianos
Visigodos
Espanhóis
Suevos
Portugueses
Hérulos
-------------------
Vândalos
-------------------
Ostrogodos
-------------------

1.2.7 - O CHIFRE PEQUENO QUE SURGE APÓS OS 10 PRIMEIROS.
"Estando eu a observar os chifres, eis que entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com insolência." Daniel 7:8. Dos dez reinos relacionados acima, exatamente três não podem ser localizados atualmente, pois desapareceram pouco tempo depois de seu surgimento: os hérulos (493 A.C.), os vândalos (534 A.C.) e os ostrogodos (538 A.C.). Ver Daniel 7:20 e 24. Nesse ponto, a profecia introduz outro símbolo: a ponta pequena. O poder representado por essa ponta é basicamente o mesmo que será descrito pelo apóstolo João sob a figura de uma besta que emerge do mar (Apocalipse 13:1-10) e sua identificação se reveste de extrema relevância para todo sincero pesquisador das Escrituras." E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder e o seu trono e grande autoridade." (Apoc. 13:2).
Para ajudar o leitor a identificá-lo mais facilmente, enumeramos suas características tais como descritas em Daniel 7:
CARACTERÍSTICAS DA PONTA PEQUENA
1º) Trata-se de um rei ou reino. Ver Daniel 7:24.
2º) Aparece no cenário político após o surgimento dos dez chifres, isto é, depois da queda do Império Romano (476 A.D.) e do estabelecimento dos povos germânicos. Ver Daniel 7:7, 8, 19, 20, 23 e 24.
3º) Sua ascensão está relacionada com a queda de três reinos bárbaros. Ver Daniel 7:8, 20 e 24.
4º) Seria um poder de destaque entre os países europeus, pois parecia mais robusto que os demais chifres. Ver Daniel 7:20.
5º) Seria um poderio perseguidor. Ver Daniel 7:21 e 25.
6º) Tentaria mudar os tempos e a própria lei de Deus. Ver Daniel 7:25.
7º) Seu poder duraria um tempo, dois tempos e a metade de um tempo, o que em termos proféticos representa 1.260 anos. Ver Daniel 7:25; Apocalipse 12:6 e12; Números 14:34.
8º) Seria um poder insolente e blasfemo. Ver Daniel 7:8, 11, 20 e 25.
Para maiores informações acerca da identidade da ponta pequena de Daniel 7, favor consultar a sexta lição desta série de estudos.

1.2.8 - O TRIBUNAL DIVINO.
"Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de dias se assentou; Sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça como a pura lã; o Seu trono era chamas de fogo, cujas rodas eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dEle; milhares de milhares O serviam, e miríade de miríade estavam diante dEle; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros." "Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do homem, e dirigiu-Se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até Ele." Daniel 7:9, 10 e 13. Após descrever a sucessão dos grandes impérios mundiais desde o tempo da Babilônia até os nossos dias, Daniel contempla uma solene cena de julgamento. Precisamente antes de voltar, Jesus (o Filho do homem) comparece perante Seu Pai (o Ancião de dias) para participar do juízo e então receber o reino (Daniel 7:14). Logo depois, Jesus regressará à terra para dar o galardão àqueles que O aceitaram como Salvador e moldaram Suas vidas à luz das santas reivindicações da Lei de Deus. Tal pensamento parece ecoar as sábias palavras do rei Salomão: "De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más." Eclesiastes 12:13 e 14.
Profundas são as lições que podem ser extraídas de um relato tão rico como o de Daniel 7. Essa profecia apresenta Deus como a dirigir a História humana. Embora o pecado e as desgraças que ocorrem no mundo não sejam do agrado divino, Ele os emprega na realização de Seus propósitos, com vistas à salvação dos seres humanos. Que Deus maravilhoso! Que sejam nossas as humildes palavras de Jeremias: "Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos." Jeremias 10:23. E tendo esse reconhecimento no coração, que possamos entregar as nossas vidas nas mãos do Bondoso Salvador. Por que não fazer agora mesmo essa entrega? Que Deus nos abençoe e que todos nós sejamos achados íntegros e irrepreensíveis diante de Deus. Amém!

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sábado, 24 de janeiro de 2009

A HISTORIA DO MUNDO EM UM CAPITULO

1.1 - A ESTÁTUA DO SONHO DO REI DE BABILÔNIA.
1.1.1 - INTRODUÇÃO.
CABEÇA = BABILÔNIA
605 A.C. - 539 A.C.
PEITO = PÉRSIA
539 A.C - 331 A.C.
VENTRE E COXAS = GRÉCIA
331 A.C - 168 A.C.
PERNAS = IMP. ROMANO
168 A.C. - 476 A.D.
PÉS = EUROPA NA SITUAÇÃO DE ROMA DIVIDIDA - 476 A.D. ...
A relevância do estudo das predições bíblicas é notoriamente apresentada nas seguintes palavras de Jesus: "Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê, entenda)" Mateus 24:15. Em certa ocasião, o Mestre até mesmo censurou Seus discípulos por não darem a devida atenção aos oráculos proféticos: "Então lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!" Lucas 24:25. Prezado amigo, já que as profecias bíblicas se revestem de tal importância, por que não estudá-las juntos?
Antes de iniciarmos este estudo, a seguinte pergunta precisa ser respondida : Como posso ter certeza de que a Bíblia foi realmente inspirada por Deus? É assim que muitos se eximem da responsabilidade de nortear suas vidas à luz das Sagradas Escrituras. Mas, pense bem no seguinte: se alguém lhe fizesse certa predição de grandes proporções e tal vaticínio viesse a se cumprir, não seria esse alguém digno de confiança? E se essa pessoa viesse novamente e lhe anunciasse outro importante acontecimento, vindo esse oráculo a se concretizar também, não seria merecedor de muito maior crédito? Mas, e se isso não ocorresse somente uma ou duas vezes e sim por diversas ocasiões? Seria motivo de sobra para ter esse seu amigo em grande consideração! Pois bem, é algo assim que nos leva a depositar tanta confiança nas Escrituras Sagradas. A Bíblia contém uma série de fantásticas profecias acerca dos mais variados assuntos e todas elas têm obtido cumprimento espetacular. Não se trata de um conjunto de textos nebulosos cuja interpretação é meramente subjetiva, dependendo, portanto, apenas dos olhos do leitor. Pelo contrário, as predições bíblicas são objetivas e de fácil discernimento.
Há um relato no livro de Daniel que pode servir de ponto de partida para as nossas investigações.
As profecias de Daniel assumem um papel singular na literatura bíblica devido ao tempo em que foram escritas e à sua própria natureza. A obra foi confeccionada no 6º século A.C. por um certo hebreu, chamado Daniel, que tinha sido desterrado, juntamente com parte de seu povo, para a exuberante cidade da Babilônia e versa sobre alguns fatos relacionados à vida desse herói da fé, além dos vaticínios dos quais vamos nos ocupar. No 2º capítulo de Daniel você encontrará a fascinante história do sonho de Nabucodonosor, rei de Babilônia. Consta que esse poderoso monarca teve um sonho estranho do qual não conseguia se lembrar. Ele convocou, então, todos os sábios da corte e exigiu não somente a interpretação do sonho que tivera, mas também que o fizessem lembrar do próprio sonho. Como não puderam fornecer nada daquilo que o soberano lhes pedira, foram sentenciados à morte. Mas Daniel interveio em favor dos sábios e, tendo orado ao Senhor, recebeu, numa noite, mediante revelação divina, tanto o sonho quanto sua interpretação. Comparecendo perante o rei, narrou-lhe o conteúdo do sonho da maneira que se segue: "Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta, que era imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível. A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços de prata, o ventre e os quadris de bronze; as pernas de ferro, os pés em parte de ferro, em parte de barro. Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou em grande montanha que encheu toda a terra." Daniel 2:31-35.
Procure visualizar em sua mente essa estátua: um monumental esboço de ser humano cujas partes do corpo eram feitas de elementos diversos: 1º) cabeça de ouro; 2º) peitos e braços de prata; 3º) quadris e coxas de bronze; 4º) pernas de ferro; e 5º) pés e dedos de ferro e barro misturados. Agora, prezado leitor, tente imaginar uma gigantesca pedra vindo do céu, chocando-se com a estátua e transformando-a num montão de pó. Imagine ainda aquela pedra crescendo e crescendo até se tornar numa imensa montanha cobrindo toda a terra. Ao ouvir essa empolgante narração, Nabucodonosor encheu-se de admiração e mui ansioso aguardava que o jovem hebreu também pudesse fornecer a interpretação.

1.1.2 - A CABEÇA DE OURO - BABILÔNIA.
Olhando com grande satisfação para o monarca, disse Daniel: "Este é o sonho: e também a sua interpretação diremos ao rei." Daniel 2:36. Tomando fôlego, prosseguiu em suas palavras: "Tu, ó rei, rei de reis, a quem o Deus do céu conferiu o reino, o poder, a força e a glória; a cujas mãos foram entregues os filhos dos homens, onde quer que eles habitem, e os animais do campo e as aves dos céus, para que dominasses sobre todos eles, tu és a cabeça de ouro." Daniel 2:37 e 38. Aí está, com clareza meridiana, o significado dos diferentes elementos da estátua: se a cabeça de ouro representa a Babilônia, cada parte deve representar um reino na sucessão dos grandes impérios mundiais. Essa idéia é confirmada pela leitura dos versos seguintes do capítulo 2 de Daniel. Mas, alguém poderia levantar a seguinte objeção: se o texto bíblico está dizendo que a cabeça dourada representa Nabucodonosor, como vocês estão me dizendo que se refere a Babilônia? Devemos nos lembrar que nos tempos antigos a figura do rei se confundia com o seu domínio. Há registro disso até tempos relativamente recentes. Por exemplo, atribuem-se geralmente a Luís XIV, o Rei-Sol da França, os seguintes dizeres: "o Estado sou eu". Assim, durante longo período da História da humanidade, tomou-se a pessoa do rei pela do Estado ou vice-versa e, portanto, mencionando Nabucodonosor, o profeta intencionava fazer referência ao próprio Império Babilônico.
De fato, a Babilônia bem podia ser comparada à cabeça de ouro. Dominou vasta região do mundo desde a ascensão de Nabucodonosor, em 605 A.C., até ser conquistada, em 539 A.C., pelos exércitos combinados da Média e da Pérsia. Quem nunca ouviu falar dos jardins suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo? Esses jardins foram construídos justamente por Nabucodonosor e eram um símbolo do apogeu da nação dos caldeus.

1.1.3 - OS PEITOS DE PRATA - PÉRSIA.
Todavia, segundo a profecia, o Império Babilônico não haveria de durar eternamente, pois assim se expressou o jovem Daniel: "Depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu." Daniel 2:39. Os monarcas que governaram a Babilônia depois da morte de Nabucodonosor foram fracos e não conseguiram deter o avanço dos medos e dos persas, até que esses invadiram a poderosa cidade da Mesopotâmia. O próprio Daniel predisse essa cena ao último rei babilônico, Belsazar: "Dividido foi o teu reino, e dado aos medos e aos persas." Daniel 5:28. E ele mesmo assistiu à comprovação daquilo que anunciara: "Naquela mesma noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus. E Dario, o medo, com cerca de sessenta e dois anos, se apoderou do reino." Daniel 5:30 e 31.

1.1.4 - VENTRE E QUADRIS DE BRONZE - GRÉCIA.
O Império Medo-Persa sucedeu Babilônia no domínio do mundo antigo e manteve sua supremacia até o ano 331 A.C., quando Alexandre Magno derrotou as forças persas na batalha de Arbela e estabeleceu o vasto domínio dos gregos. Aliás, essa transição do Império Persa para o Macedônico (ou Grego) já tinha sido predito na própria passagem de Daniel 2:39: "Depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda terra." Contudo, o Império Helenístico de Alexandre também chegaria ao seu termo, pois a predição fazia menção ainda às pernas de ferro da imagem.

1.1.5 - AS PERNAS DE FERRO - IMPÉRIO ROMANO.
Observe as seguintes palavras: "O quarto reino será forte como ferro; pois, o ferro a tudo quebra e esmiuça: como o ferro quebra todas as coisas, assim ele fará em pedaços e esmiuçará." Daniel 2:40.
Depois da morte de Alexandre, o Império Grego foi desmembrado em quatro partes que pouco a pouco foram sofrendo algum tipo de intervenção por parte daquele poder que gradativamente haveria de se transformar na mais imponente Monarquia que o mundo já conheceu, Roma. O Império Romano subjugou todo o território adjacente ao Mar Mediterrâneo, desde o norte da Europa até o Oriente Médio.

1.1.6 - OS PÉS EM PARTE DE BARRO E EM PARTE DE FERRO - EUROPA DIVIDIDA.
Fato curioso encontramos a seguir: embora Roma não devesse durar para sempre, seu poderio não seria sucedido por outro império mundial, mas sim fragmentado em pequenos reinos, como se percebe na seguinte declaração: "Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro e em parte de ferro, será isso um reino dividido: contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com o barro de lodo. Como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, e por outra será frágil. Quanto ao que viste do ferro misturado com o barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro." Daniel 2:41-43. O Império Romano não conseguiu deter o ingresso, em seu território, das diversas tribos bárbaras provenientes do norte europeu e, por fim, caiu em seu poder. Em 476 A.D., o último imperador romano foi deposto pelos hérulos. Findava, assim, a férrea Monarquia de Roma. Essas tribos bárbaras dividiram entre si a Europa e, desde então, nunca mais se levantou outro duradouro império universal. Por certo que foram feitas tentativas, como as de Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler, mas todas em vão, pois a sentença da profecia era clara: "…não se ligarão um ao outro".

1.1.7 - A PEDRA QUE ATINGE OS PÉS DA ESTÁTUA - JESUS.
Parte da Estátua
Composição
Império
Período
Cabeça de Ouro
Ouro
Babilônia
605 AC - 539 AC
Peitos e Braços de Prata
Prata
Medo-Pérsia
539 AC - 331 AC
Quadris e Coxas de Bronze
Bronze
Grécia
331 AC -168 AC
Pernas
Ferro
Império Romano
168 AC - 476 AD
Pés e Dedos
Ferro e Barro
Europa Dividida
476 AD - ........
Os acontecimentos tiveram lugar exatamente conforme a predição! Prezado leitor, essa é uma forte e sólida evidência da veracidade da Bíblia. Suas predições se cumprem!!! Qualquer livro de História Geral atesta isso. Mas, veja que a profecia não termina aí. Existe ainda o símbolismo da pedra. O que ela representa? Deixemos que o próprio Daniel nos explique esse ponto: "Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo: esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre, como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O Grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação." Daniel 2:44 e 45. Outra passagem esclarecedora do assunto é Atos 4:11: "Este Jesus é pedra.". Querido leitor, essa pedra do sonho de Nabucodonosor representa nosso Senhor Jesus Cristo que virá brevemente para destruir o atual sistema iníquo de coisas que impera sobre a terra e para instaurar um reino que jamais terá fim. Ele mesmo prometeu voltar: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em Mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, Eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando Eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para Mim mesmo, para que onde Eu estou estejais vós também." João 14:1-3. Dentro de pouquíssimo tempo, nosso Senhor Jesus há de voltar! E quando vier, aqueles que estiverem realmente preparados, com suas vidas acertadas com Deus, serão recebidos em Seu reino de glória mui excelente. Prepare-se! Ele deu Sua palavra e, com toda certeza, ela há de se cumprir. Devemos notar ainda outro detalhe extremamente relevante no relato de Daniel: a pedra não atingiu a cabeça de ouro, ou os peitos e braços de prata, ou os quadris e coxas de bronze, ou, por fim, as pernas de ferro. Não!!! Ela foi arremessada precisamente contra os pés da imagem. E o que isso quer dizer? Que Cristo não deveria estabelecer Seu reino noutra época da História terrestre, mas precisamente em nosso tempo. É isso mesmo! Queira ou não o mundo, breve Jesus vai voltar! Por que não aceitá-lo agora mesmo como Seu Salvador? Neste exato momento, Ele está fazendo o terno convite: "Vinde a Mim." Mateus 11:28. Que o Espírito Santo possa ajudá-lo a tomar hoje mesmo essa decisão, a mais séria de toda a sua vida! Que Deus o abençoe! Amém!
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